segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Tempo de mudança


E já passaram-se alguns meses da minha última postagem, peço desculpas aos leitores que sempre aparecem no blog com a esperança de encontrar algumas linhas escritas. Infelizmente, não tenho uma técnica para escrever, tenho que sentir uma vontade imensa de escrever sobre aquilo que me tira da inércia da vida cotidiana.
Muitas coisas interessantes aconteceram nestes últimos meses, mas nada do que aconteceu tornou-se interessante suficiente para que eu me dedicasse às linhas. Escrever sobre as manifestações? Por que iria? Já que política ninguém discute? Cada ser humano com sua opinião e o respeito deve estar acima de qualquer fato político e histórico. Não estou interessada em polemizar na teia virtual, deixo para polemizar no dia a dia.
Hoje, algo me tirou da inércia, não sei por que, não sei como esse acontecimento me tira da zona de conforto. Afinal, as coisas que poderei descrever neste pequeno espaço, para muitos pode não fazer sentido algum. Mas, foi um fato que me marcou. Um fato que poderia ter acontecido com qualquer um de nós, com irmãos, com filhos, com primos, com melhores amigos e com namorados.
A violência na cidade de Fortaleza está assustadora. Encontrar armas de fogo não é a tarefa mais difícil para a polícia do Estado. O mercado negro está aí firme e forte. Crianças armadas até os dentes, matando, fuzilando e ceivando a vida de tantas pessoas honestas e trabalhadoras. Crianças que não perdoam. Crianças que estão além de estarem na posição de vítimas. Já estão crescendo na posição de vilãs mesmo. Esse terror está enraizado na sociedade alencarina. Diante deste fato, continuo lembrando do então governador do Estado. Onde ele está? O que anda fazendo? Qual conto de fadas que ele vive? Por que onde ele mora não existe matança?
Mas, até que ponto podemos acusá-lo? Será que a culpa é dele somente? Ou será que o mal de tudo isto, encontra-se no meio social? E qual o elemento, o fator mais importante da sociedade? Alguém consegue responder? Claro! A resposta está na frente dos espelhos. O erro, o lixo está dentro do próprio ser humano. Partindo da premissa que não existe perfeição. Deus nos criou com defeito de fabricação e não aceita devolução.
Todas as ações humanas tornaram-se ofensivas e nocivas ao próprio homem. Estamos acabando com tudo. Somos assassinos e suicidas em potencial e isso não é culpa do Estado.
O ser humano consegue fazer seu meio de transporte em arma, transforma o sentimento mais nobre em arma, que é o amor. Quantos e quantos crimes são noticiados que são motivados por falta de amor, ou excesso de amor? Não conseguem e não são capazes de sentir de forma correta o mais salutar dos sentimentos, o que poderia fazer com a raiva, a inveja, a ambição? TRANSFORME-OS em bombas! Sinta de forma errada e coloque tudo que está guardado para fora, principalmente o egoísmo, a arrogância e todas as ervas daninhas que todos nós somos capazes de sentir.
Hoje, gostaria de escrever outra carta para o governador do Estado do Ceará. Parabenizá-lo por ter mandando consertar a ponte, que ceifou a vida de um jovem amado e amável há alguns meses atrás. Ah, mas, parabenizar por que, já que a reforma do muro de contenção não foi pensando em evitar novos acidentes, foi para mostrar uma Fortaleza linda e organizada para os turistas e para FIFA que estaria aqui na época da Copa das Confederações. Impossível passar por ali e continuar passiva. Vamos maquiar os podres da cidade, assim como maquiamos os podres do ser humano?

"Caro governador, hoje entendo que os planos de Deus são bem maiores que a mesquinharia humana. Aquela vida que foi tirada em cima daquela ponte, hoje tornou-se uma alma livre, um espírito forte, que só deixou lembranças na vida das pessoas que fizeram parte da vida dele. Hoje compreendo, que jamais iriam consertar aquela ponte. Nem que fizéssemos uma grande mobilização para este fim. Pois, a grandeza deste espírito, deste amigo, deste filho está acima das podridões humanas. O melhor é saber que ele deixou bons sentimentos nestes dias que ficou com cada um de seus amigos e familiares. Em contrapartida, qual o sentimento que o ILUSTRÍSSIMO governador deixará para mais de 1 milhão de pessoas?"
A mudança surge, a partir do momento que os pensamentos entram no eixo da razão. Vamos cobrar mudança de atitude daqueles que estão perto de nós. Ou vamos ser exemplos, para nossas crianças. Será em vão, cobrar atitude dos outros, do governador, ou do Estado. Se você é o primeiro a mudar de faixa na avenida, sem ligar o sinal luminoso para isso. Se você é o primeiro a buzinar quando o sinal verde aparece e o carro da frente não sai em arrancada da sua frente.
Antes de cobrar, caros leitores, parem de maquiar seus defeitos. Não pintem a cara e vá para rua. VÁ DE CARA LAVADA e mostre-se quem realmente é.